segunda-feira, 25 de julho de 2011

minha nova jornada

Vivi anos e anos no piloto automático.
Atendendo solicitações.
Cumprindo rotinas e papéis.
Tentando entender o mundo e as razões que levavamas pessoas a agirem de determinada forma.
Sempre buscando algo. Quando na verdade não sabia o realmente eu queria.
Acreditei que as conquistas, os anos, as pessoas me trariam repostas para perguntas que nem chegei a formular.
Convivi tempo demais com os meus medos, disfarçando-os rigidamente.
Encobri meu passado e a minha essência com as características da pessoa que eu deveria ser.
Sustentei pesos desnecessários. Sempre tentando não errar.
Tentando fazer o certo pro mundo, sem perceber que ao dizer sim aos ‘outros’, dizia não para mim.
Vivi dia após dias, na esperança do amanhã clarear a escuridão que existia bem no fundo da minha alma. Porém todos os temores e sentimentos negativos continuavam sempre ali, prensados, bem no cantinho da ‘minha pessoa’.
Claro que houve incontáveis momentos de prazer, de aprendizado e de crescimento.
Mas muitos deles foram ao levados ao extremo e roubaram quase que imperceptivelmente minha paz, tranqüilidade, serenidade, suavidade, alegria e docilidade que antes eram características tão marcantes em mim.
E com o tempo eu me tornei aquela que deveria, que faria, que estaria, que poderia.
Quando na verdade, ainda havia muito de uma criança imatura, solitária, insegura e temerosa que não se permitia ver, sentir, pensar ou agir verdadeiramente. Esse caminho de percalços e embaraços, não poderia ser diferente. Levou-me a uma vida supostamente feliz enquanto que no mais profundo do meu ser havia constantemente uma tempestade interminável de pensamentos alvoroçados, inconstantes
e algumas vezes até sombrios.
Até que em meio a dias realmente ‘cinzas’, ‘caminhando para baixo’, eu levantei a bandeira e
busquei auxílio. Vi então uma pequena luz, singela, porém me agarrei a ela com muita esperança. Caminhei a passos lentos na direção indicada e ela tomou proporções maiores. Parei, sentei e chorei, muito. Meu corpo chorou. Minha alma chorou, pois, no final do caminho a luz me fez ver a mim mesma exatamente na confusão existencial em que me encontrava.
As lágrimas por sua vez, lavaram redondamente as sombras e vendas que ainda permeavam minha jornada. E mais segura do que nunca, sentindo-me amparada por mim mesma, por Deus, pelo Universo e pela vida, levantei-me e retomei a caminhada.
Com uma nova visão límpida e ampla pude ver alternativas e opções que sempre estiveram bem aqui e que nunca havia antes notado. De peito aberto me dispus a tentar. Literalmente respirei fundo e parti rumo à descoberta desse ‘novo mundo’.
Entrei em contato então, novamente com minha essência. Retomei alguns hábitos e iniciei incontáveis outros em benefício da minha saúde física, mental e espiritual. Deu-se inicio um processo de transformação, o qual estou vivenciando com muito calma e receptividade. Sinto-me como se finalmente estivesse começando ver a real grandeza do mundo, das pessoas e da evolução. Percebo que quanto mais eu me conheço e me permito, mais fácil se torna lidar com todas as situações e seus componentes. E, desde então, os ‘milagres’ tem sido diários e compensadores. As novas experiências têm me proporcionado uma compreensão muito maior e melhor de mim e do universo. Continua... qualquer dia desses...
Helenice Queiroz

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